5 de jul. de 2015

Escolha

O amor que começa
procurando no outro
algo que perdemos em nós,
é companheiro ou
portador de um egoísmo atroz?

E após o término.
Cercado de indivíduos
em um bate-papo.
Distraído.
Desconectado.
Estarei sozinho ou acompanhado?

Se crio forças
pra te esquecer
e sigo em frente
sou acomodado
ou resistente?

Viver é mescla.
Paradoxos são onipresentes.
Quem sou eu?
O alimento
que recebe a minha mente.


25 de mai. de 2015

A dança

Dançamos.

Movimentos curvilíneos
macios e vagarosos
surgiam de forma descompassada.

Sem pressa,
nos envolvíamos numa coreografia
nunca antes ensaiada.

O clima sobrepondo o desejo,
o que explica a ausência de beijos.
Assim, preserva-se o ritmo.

Olhares insinuantes
ou elogios decorados
tornavam-se desnecessários.

Cada toque, um aperto
O abraço vinha do arrepio.

A banda composta de atores
cantava um soneto
e nós
bailando na platéia
tácitos,
em um contínuo
entrelaçar de dedos.

6 de fev. de 2014

Esticador de horizontes

Estudo.
Dificil.
Matemática.
Desisto.
Geografia.
Assisto.
História.
"É isto!"

Com bullying
tremo. Sinistro.
Virar docente
O previsto.
Vestibular
um lixo.
Sou aprovado!
Que lindo!

Primeiro período
Deprimo.
Realidade profissional.
Um tiro.
Licenciatura.
Suspiro.
Educação popular.
Alívio.

Me formo.
Persisto.

...

Desempregado.
Resisto.
Professores
Uni-vos!
Nos pegaram
pra Cristo!

...

Sexto no concurso.
Vibro! Vibro!
Sou professor.
Enfim, existo.

29 de jan. de 2014

Mardade














Ó saudade,
porque te definiram?
Quem por maldade
resolveu te nomear?

Como posso agora,
sabendo que existe,
do meu corpo
te afastar?

Se em outro país residisse,
onde ainda não acharam
palavra que te limite,
pensaria:
"o que arde no peito
e sobe até a garganta
é um mero devaneio!"

Onde vivo
te colocaram como
substantivo
comum,
repetitivo.

Que maltrata,
mas intensifica o amor
sentido,
quando for te encontrar.







10 de nov. de 2013

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